- Bom, já que vocês não gostam de ler, eu vou ler para vocês”. Ele abre a sacola, tira um livro grosso e pede que eles prestem atenção. Isso não existe! Como um professor pode propor a seus alunos que passe o ano lendo? Ou ele é um grande preguiçoso ou está escondendo o jogo! Alguns preparam a caneta. Não, é inútil tomarem nota. “Apenas escutem”, insinua o professor. Não faltarão questionamentos: “o senhor vai ler esse livro todo... em voz alta? O senhor não acha que já passamos da idade? O que é que tem nesse livro? Conta o quê?” Pacientemente, o professor diz que é difícil responder antes de ler. Pede a atenção de todos e inicia a leitura de O perfume, de Patrick Suskind.
"Os alunos da 5ª série da tarde não entenderam direito a história, então a professora resolveu fazer uma leitura oral para que eles compreendessem melhor. Eles gostaram, pois disseram que a interpretação da professora ajudou-os a se concentrarem e a perceber coisas que não tinham percebido com a primeira leitura." (relato enviado pela professora Luana Couto)
Ler em voz alta para os alunos, como ambos os depoimentos nos contam, podem ser uma ótima opção. Muitas vezes o professor não domina conhecimentos da performance cênica para contar uma história, como, por exemplo, decorá-la. Além disso, a modalidade de leitura pode servir para melhor compreensão do texto (como no caso relatado pela professora Luana), ou também para troca de ideias e impressões, discussão de trechos da história, levantamento de hipóteses sobre a próxima página, enfim, instigar a curiosidade dos leitores.